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10. O Ataque, parte 2

Depois que a chama apagou, o estúdio ficou escuro. Os gritos e soluços da plateia ficaram mais altos.
Soule tentou manter a calma. Ele jogou chamas pelas pontas dos dedos para levar as pessoas à saída de emergência.
As luzes verdes de emergência estavam acesas apesar da falta de energia. As pessoas começaram a sair do estúdio, chorando e gritando.

Em meio ao caos, um grupo de dez homens mascarados apareceu no palco.
Os homens se dividiram em dois grupos de cinco e agarraram os ombros de Eugene, tentando arrastá-lo para longe.

"Quem é você?!", apesar de resistir a eles com todas as suas forças, Eugene foi arrastado.

"Não!", Soule gritou. Ele correu para Eugene depois de jogar mais algumas chamas acima do palco.

Cinco dos homens pararam ao ouvir a voz de Soule. Eugene aproveitou para fazer dar uma pirueta e chutar um deles.

"Aah!"

O chute deve ter sido bem sucedido. O homem rolou no chão e não se mexeu.
Soule estendeu a chama e atirou-a ao redor do pescoço dos cinco homens como se fossem ganchos. Essa foi a única coisa que ele conseguiu imaginar para usar as chamas nas pessoas. Felizmente, a chama funcionou como ele queria.
Suas máscaras queimaram na chama. Eugene, que se levantou, olhou ameaçadoramente para os homens enquanto estava na frente de Soule.
No momento em que Soule estava prestes a soltar um suspiro de alívio, Viken gritou de trás: "O que vocês querem?!"

Certo.

Viken e Avys também estavam no palco. E os outros cinco homens mascarados também.

Um som agudo

Eles estavam usando todos os poderes mágicos que podiam imaginar no palco. O som estridente de pássaros ecoou pela sala e os feixes de luz se iluminaram em todas as direções.
Entre os feixes de luz, Soule viu os assentos vazios na plateia. Ele sentiu uma sensação de alívio por um segundo.

Só então, no entanto, ele ouviu Eugene advertir profundamente: "Soule... Eles estão vindo."

Os invasores, não afetados pela chama ao redor de seus pescoços, caminhavam em direção a Soule.

"Aproxime-se um passo a mais e eu... te mato", sussurrou Eugene.

Seu corpo estava transbordando de energia letal. Tendo sido arrastado antes sem chance de resistir, ele ficou furioso.

Os cinco homens continuaram se aproximando dele, apesar de seu aviso.
Soule pressentiu o perigo iminente e tentou apertar a chama ao redor de seus pescoços.

"Ugh!"

Os invasores, que permaneceram juntos, de repente envolveram as mãos em volta da cabeça e vacilaram. Eles começaram a recuar, então fugiram do palco como se uma força invisível os afastasse do palco.

"Hã? O que está acontecendo?"

Percebendo isso, Viken e Avys ficaram igualmente confusos.

"Pessoal! Vocês estão bem?"

DK correu até o palco e reuniu os membros em um canto.

A situação parecia ter sido contida. Soule continuou observando os invasores para o caso de tentarem outro ataque.

Ele colocou uma chama em torno dos outros cinco homens que atacaram Viken e Avys.

Ele imaginou a ação em sua cabeça sem considerar o quão viável era. Ele sentiu sua energia deixando seu corpo enquanto a chama se estendia para envolver o pescoço dos cinco homens restantes.
Usando poderes mágicos em dez pessoas simultaneamente, o corpo de Soule estava encharcado de suor. Um dos invasores cuja máscara estava queimando começou a sacudir os ombros violentamente.

"Aah, ugh, ugh..."

Ele resistiu agressivamente contra uma força desconhecida e parou de se mover para trás.
Ele então acenou com os braços no ar.

"Hã?"

Baque!

Soule tropeçou em um objeto invisível e foi arrastado, indefeso. Ele chutou e resistiu em vão.

Apesar do ataque surpresa, Soule se concentrou na chama enrolada no pescoço dos invasores.
Foi uma reação instintiva decorrente do pensamento de que ele não deveria parar na defesa.

"Aah."

A chama ao redor de seus pescoços começou a se espalhar pelos seus rostos.
Ainda assim, eles permaneceram indiferentes ao ataque.
Eles foram mais afetados pela força invisível.
Enquanto Soule estava sendo arrastado, uma linha da mandíbula bem marcada foi revelada sob a máscara queimada do homem que havia acenado com os braços. Por alguma razão, ele estava sangrando ao redor de sua boca.

"Aah!"

Logo, o corpo de Soule virou violentamente. Ele colocou os cotovelos no chão para evitar ser arrastado ainda mais. Seus cotovelos começaram a sangrar por causa do atrito.

"Soule!", Eugene gritou enquanto corria em direção a ele em alta velocidade.

"Ugh", Soule continuou a resistir.

Nesse momento, ele ouviu uma conversa em sua cabeça.

"Por que esse bastardo está sendo tão difícil?"
"Tudo o que ele podia fazer era queimar alguns pedaços de tecido."

Vozes desconhecidas soaram em sua cabeça como mensagens telepáticas.

"Devemos levar pelo menos um deles."
"Sim. Basta arrastar ele um pouco mais, e depois fazer ele desmaiar."
"Droga. Ele não está se mexendo. Quem é esse?"

Não se importando com o tecido queimando, o homem puxou as roupas de Soule.
Soule resistiu agressivamente mais uma vez.
O homem parou seus movimentos.

Clang!

Ele caiu em cima de Soule.
Soule levantou-se rapidamente e afastou-se do homem. Nesse momento, tentáculos apareceram como uma planta com folhas longas e entraram no caminho de Soule.

Soule virou a cabeça para olhar ao redor. A pessoa de onde vinham os tentáculos estava atrás dele.

"DK...?"

Os tentáculos ergueram um dos invasores acima do chão e o jogaram no chão. O homem rolou para fora do palco em diração aos assentos da plateia.
Os outros membros não pareceram notar os tentáculos. Todos estavam focados no invasor que havia caído.

"Droga...", os homens mascarados desapareceram enquanto xingavam baixinho.

Foi estranho ver eles desaparecendo tão abruptamente.

Soule respirou fundo. Gotas de suor escorriam por seu queixo. Tudo o que ele podia ouvir era sua respiração forte e batimentos cardíacos latejantes.

"Você está bem?", os outros membros se aproximaram de Soule e perguntaram ansiosamente.

Soule saiu do atordoamento e olhou ao redor.
Ninguém, além de seus companheiros de equipe e empresário, foi encontrado.
Ele encontrou uma câmera com a luz vermelha acesa. Tudo deve ter sido registrado.

Somente depois que ele desceu do palco suas pernas e corpo começaram a tremer.
Soule agarrou o braço de Avys quando sentiu sua visão ficar turva.

"Soule?"
"Ah, hum, espera."

Soule piscou algumas vezes. Ele não conseguia ver claramente. Ele tentou ficar acordado, mas suas pernas pareciam prestes a ceder.
Avys agarrou os ombros de Soule enquanto Eugene corria em direção a ele.

"Soule, acorda!"

Soule queria responder, mas suas pernas cederam e tudo em sua visão ficou embaçado.


•••


Piscando, piscando.

Soule lentamente abriu os olhos para se ver olhando para um teto que não reconheceu. Ele não pôde deixar de se sentir desconfortável com o ambiente desconhecido.
Quando ele se sentou e flexionou os braços, sentiu uma dor aguda passar por eles. Foi nesse momento que ele notou cicatrizes pelos seus braços. Soule franziu a testa ligeiramente com isso. Ele tentou verificar se havia ferimentos, apenas para descobrir que havia uma agulha espetada em seu braço.

"Oh..."

Soule mexeu o braço suavemente. O tubo de gotejamento intravenoso balançava acima de seu braço. Soule saiu lentamente da cama e moveu os braços e as pernas. Ele tentou dar um pulo baixo.
Ele ainda se sentia tonto, mas não estava gravemente ferido. Nesse momento, a porta se abriu.

"Como você está se sentindo?"

Ele ouviu uma voz familiar. Soule olhou para Eugene e sorriu.

"Fui trazido de volta à vida."
"Não seja bobo", Eugene resmungou enquanto se sentava no sofá ao lado da cama.
"Mas é sério, eu me sinto muito melhor. Por quanto tempo eu dormi?"
"12 horas."
"Ah, então é como se eu dormisse a noite toda. Não é à toa que eu acho que consigo até malhar."

Soule desenrolou o tubo de gotejamento intravenoso e o colocou na grade da cama.
Um estranho silêncio pairou no quarto. Eugene fez uma cara de coração partido.
Soule se lembrou da careta no rosto de Eugene antes de desmaiar.

"O que há de errado, Eugene?", ele perguntou.
"Nada. Só estou...", Eugene parou por um momento antes de murmurar: "desapontado."

Soule não conseguia entender o que ele queria dizer.

Nesse momento, Eugene esclareceu: "Estou decepcionado comigo mesmo".

Surpreso com isso, Soule perguntou: "Por quê?"

"Eu deveria ter resgatado você quando você estava sendo arrastado. Me desculpa."
"Hã? Eugene, espera. Do que você está falando?"

O grupo resistiu ao ataque, mas sem sucesso.
A única defesa real eram os tentáculos de DK.
Eles tinham muitas perguntas sem resposta, desde o que era o tentáculo até como um cara comum como o DK era capaz de lutar.
Além disso, Soule experimentou a comunicação telepática.
Ele tinha tantas coisas para descobrir.

"Eu costumava pensar que você poderia fazer qualquer coisa com poderes mágicos", disse Eugene, quebrando o breve silêncio.

"Ei, ninguém pode fazer tudo", Soule apontou.
"Isso mesmo. Mas quando eu fiquei lá e vi eles arrastarem você, eu senti... Como isso é melhor do que não ter nenhum poder?"
"Para com isso, Eugene. Nós mudamos muito."

Eugene continuou, deixando escapar todos os sentimentos que estavam se acumulando dentro dele.

"Eu não sei, as coisas parecem as mesmas para mim. Coisas ruins como essa continuariam acontecendo até que nos preocupemos com o disband-"
"Eugene!", Soule agarrou seu colega de banda pelos ombros.

Ele então perguntou: "Você tem certeza de que se lembra de quando não tinha nenhum poder mágico?"
"Sim. Não foi há muito tempo, mas parece que faz muito tempo."
"..."
"Soule, eu odeio ser incapaz. Eu não quero que você e os outros membros se machuquem novamente."

Eugene sentia o mesmo que Soule sobre o grupo o tempo todo. Como o mais velho do grupo, Eugene sempre cuidou dos membros mais novos. Mas Eugene estava se sentindo sobrecarregado.

"Eu quero ser mais forte, não importa o preço que eu tenha que pagar."
"Eugene."

Por alguma razão, Soule se lembrou de um velho pesadelo.

Figuras escuras e fluidas zombavam de Soule. Ele se sentiu sufocado quando as figuras se aproximavam como se fossem devorá-lo.
O flashback o deixou ansioso. Mas olhando para o rosto preocupado de Eugene, Soule afastou o medo.
Ele disse com uma voz sincera: "Nós ficaremos bem. Vou tentar o meu melhor..."

Sua voz desapareceu.
Eugene deu um tapinha na cabeça de Soule e sorriu.

"Você não está sozinho, Soule. Estamos nisso juntos. E estou feliz por estarmos."

Soule sorriu levemente com as palavras de Eugene e olhou para fora da janela.
O céu azul ajudou a aliviar a tensão que estava crescendo dentro dele.

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